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"Saí da caixa e é tão bonito cá fora": testemunho de uma jovem universitária
17-10-2014 08:48
Tenho 23 anos e sou finalista de um curso de engenharia. Desde muito pequena, tenho memória de, em clima familiar, ser estimulada a procurar a lógica e a razão das coisas. Sempre me foi exigido que fosse boa aluna e fui instigada desde cedo a conceber uma visão dedutiva acerca daquilo que me rodeia. Naturalmente, como resultado do percurso académico que escolhi, experienciei ambientes em que o raciocínio matemático, a exactidão e uma espécie de "a certeza dos números" estiveram presentes no quotidiano de 5 anos. Não que a censura de, talvez, quem não reconheça valor à dimensão espiritual constitua um problema para mim (se há coisa que este trabalho de cura me proporcionou, foi o sentir-me de bem com as minhas próprias convicções), mas optei por referir este aspecto para que possa entender-se que não sou alheia ao pensamento científico, em particular, o das ciências tidas como "exactas". Ainda assim, sempre houve uma parte de mim que negou este entendimento puramente racional do mundo, parecia-me muito limitado! A intuição estava lá...mas perdeu-se. Tornei-me numa pessoa fragmentada, repelida à força para um lugar em que havia um abismo entre as minhas cognições e emoções e a expressão do que desejava ser enquanto pessoa.
As minhas aspirações e aquilo que dava provas de conseguir fazer (se as circunstâncias fossem favoráveis) eram frequentemente quebradas por episódios de quadros depressivos, de angústia, de profunda descrença nas minhas capacidades... Era toldada por pensamentos como "nunca vou ser uma pessoa que possa assumir livremente as suas escolhas porque haverá sempre o risco de que fique doente". Sentia-me fechada numa caixa escura, de limites bem definidos e contudo, por entre as brechas, podia espreitar um horizonte bem largo, cheio de luz. Eu queria agarrar isso, mas não podia; não sabia de que forma.
No meu ainda curto tempo de vida, e apesar do afecto e da presença constante dos meus pais, vivi episódios desconcertantes que se acumularam desde a minha infância até há bem pouco tempo. Um rol de reforços negativos à minha confiança, à minha auto-estima, à minha alegria... Torna-se progressivamente mais fácil fragilizar o que já está fragilizado. Isto podia parecer óbvio, não é? Mas depois ouve dizer-se que "o que não nos mata, torna-nos mais fortes". E é verdade, agora sei que sim! Mas apercebi-me de que é preciso aprender tanto antes de que isso possa ser verdade! Permito-me até reformular o dito popular, diria antes: "o que não nos mata, torna-nos mais sábios", e é o ser sábio que nos torna fortes. Mas querer aprender, querer abrir o espírito ao "saber viver" pode ser um tanto difícil e desconfortável. No meu caso, aliás, foi tanto, que só aceitei a viagem ̶ aquela, para fora da caixa de que falei ̶ quando a distinção entre estar viva e estar morta era uma linha tão ténue que já não podia discernir. Nesse momento, por iniciativa da minha mãe, recebi ajuda do Prof. Joaquim Sá, que foi o guia, o mestre e o amigo de quem colhi a cura e as aprendizagens que levo hoje comigo numa vida totalmente diferente.
No nosso primeiro encontro, o Prof. Joaquim Sá logo me fez ver um aspecto muitíssimo importante: "Se desistes, os teus pais, por muito que te amem, não têm outra solução senão internar-te". Nessa altura eu não falava sequer mas, sim, claro, reconhecia que era verdade! Eu sentia tanta pena de mim própria que me tinha colocado na posição de "não consigo sair da cama, não consigo comer, não há nada que eu possa fazer". E depois? Realmente, o que havia então de fazer-se comigo? Comecei a pensar.
Quando percebi que, pelo menos pelos meus pais, eu não tinha o direito de escolher ser um fardo vegetativo, comecei a aceitar a ajuda. Na sequência disso, abri-me, expus-me e fui tão honesta comigo própria quanto me foi possível.
O Prof. Joaquim Sá demonstrou um dom incalculável ao desconstruir as minhas vivências passadas carregadas de amargura e mágoa. Ele deu-me a conhecer-me a mim própria e só aí pude perceber por que é que, até àquela altura, eu tinha vindo a ser daquela forma: inconstante, insegura e deprimida. Já frequentei dois psicólogos e digo claramente que nenhum dos dois pôde ajudar-me. Cada sessão de 1h (bastante bem paga) era a aplicação de mais um remendo sobre um problema cuja génese era ignorada. O Prof. Joaquim Sá dedicou-se a procurar cada um dos meus problemas: não os de ontem, não os do dia anterior ou os do meu vigésimo terceiro aniversário; mas antes os dos meus 23 anos de vida. Se somos, no presente, reflexo do que construímos ao longo do passado, faz sentido que falemos dos açoites que a professora dava na escola primária, não faz? Faz sentido falar naquele saco da aula de ginástica, com roupa interior, espalhado pelos colegas em frente a toda a escola. Faz sentido falar daquela saída de casa, aquando da entrada na Universidade, que correu tão mal que se acha que vai ser impossível que, numa próxima, possa correr bem.
Mas, depois de perceber tudo isto, continua a não ser suficiente. É preciso que perdoemos essas circunstâncias da vida, torna-se necessário apreender o sentido da interdependência nas coisas e encontrar uma verdade que é muito própria.
(O que é isso da interdependência nas coisas? Não sei explicar, agora sei que é verdade mas não entendo que careça de explicação. Aprendi a aceitar que se o mundo ocidental dá primazia ao conhecimento racional, e se o oriental a dá ao conhecimento intuitivo, não há por que eu não usufruir das duas formas. Sinto-me mais inteligente por isso.)
Os códigos de cura e a cura reconectiva foram as ferramentas de que o Prof. Joaquim Sá dispôs para veicular em mim o estado a que agora eu reconheço o valor de um renascer, de dar bom uso a uma nova oportunidade que me foi dada através de todo este processo.
Hoje sinto-me confiante, segura das minhas capacidades, feliz com o que esta nova visão me permite ver e que antes não via.
Prof. Joaquim Sá, saí da caixa e é tão bonito cá fora!
Obrigada.
Fala uma pessoa que em Agosto estava prostrada numa cama, dias a fio, prestes a desistir, e que hoje mesmo de manhã (16/10/2014), 2 meses e meio depois, recebeu os parabéns do Professor que lhe orienta a tese de Mestrado por ter feito "um trabalho excelente". Sem esta viagem, antes de tudo isto, a minha vida não era minha.
Veja o relato do caso da Luisa aqui.